Sabonetes 100% naturais não são o melhor para a sua pele!

Sabonetes 100% naturais não são o melhor para a sua pele!

Você também acha que tudo que é 100% natural é sempre melhor e mais saudável para sua pele? Então é muito importante que você leia essa matéria, porque não é bem assim que as coisas funcionam.
 
Nessa crescente tendência de naturalização de todas as coisas, somos levados a acreditar que qualquer coisa classificada como natural ou derivada natural, é sempre melhor para nossa pele ou corpo, mas essa nem sempre é a realidade, e um dos exemplos disso é o clássico sabão ou sabonete natural em barra.
É claro que é muito bom que produtos tenham ingredientes naturais em suas fórmulas e, se possível, quanto mais, melhor, mas esse fato, por si só, não é suficiente para garantir segurança e eficácia de um produto.
No caso dos sabonetes naturais em barra, a promessa que se tem sido veiculada é a de solucionar todo tipo de problemas de pele e sustentabilidade, mas será que esse pequeno item de beleza é capaz mesmo de resolver essas questões?
 
Nós já te adiantamos: não existe solução simples para problema complexo.
Então, vamos começar entendendo alguns conceitos básicos sobre os sabonetes.
 

O QUE É, OU, DO QUE CONSISTE UM SABONETE/SABÃO?

 
Sabão e sabonete são exatamente a mesma coisa e são compostos, basicamente, pelos mesmos ingredientes. Formalizou-se que sabão tem um proposta mais rústica, em pedaços maiores, com fórmula mais simples sendo, portanto, direcionado mais para o uso como saneante, em limpeza doméstica ou de qualquer outro ambiente. Por sua vez, o sabonete, ficou classificado como um sabão fino, com estética mais bonita, perfumação mais sofisticada e com a adição de ingredientes com funções de cuidados com a pele.
 
De acordo com o dicionário Priberam, da língua portuguesa, e com os registros químicos de fabricação através da história, sabão/sabonete é “um produto resultante da transformação de uma substância gordurosa por um álcali que serve para branquear roupa, para lavar e desengordurar”.
 
Essas substâncias gordurosas nada mais são do que sebo animal, manteigas ou óleos vegetais, e o tal álcali, nada mais é do que soda (hidróxido de sódio) - o componente alcalino mais utilizado no fabrico desses produtos - ou algum outro composto de características similares à da soda, como o hidróxido de cálcio ou potássio.
Os produtos da reação química desses dois compostos (gordura + soda) são a glicerina, um poderoso agente umectante e hidratante, e uma outra classe de substâncias conhecida como surfactante ou tensoativo, o sabão de fato, o ingrediente que vai realmente fazer a limpeza e remover a sujeira do corpo ou de qualquer outra superfície.
 
Nós já explicamos mais detalhadamente o mecanismo de ação dos surfactantes (sabões ou agentes detergentes) em nosso artigo que aborda como limpar a pele corretamente. Se você não leu, clique aqui, pois é muito importante que você entenda esse processo, vai te ajudar a ter uma rotina de cuidados muito mais efetiva e, consequentemente, alcançar uma pele bem mais bonita e saudável.
 

QUAL É O PROBLEMA DO SABÃO PARA A MINHA PELE?

A razão de um sabonete em barra, seja ele natural ou não, não ser muito bom para a nossa pele é justamente o fato de, na quase totalidade das vezes, ser utilizada uma substância altamente alcalina para a sua fabricação, resultando, consequentemente, em substâncias detergentes com valores de pH também muito elevados.
  
Um sabão/sabonete resultante desse processo clássico e ancestral da saboaria artesanal natural ou industrial, mesmo passando por longos processos de cura, para garantir que toda a soda seja completamente reagida para não agredir nossa pele, ainda possui pH em torno de 9 a 10, o que é considerado muito alto para os padrões da pele humana, que é acido e gira em torno de 4,7 a 5,5.
 
Com isso, quando utilizamos um sabonete com essas características alcalinas para lavar a nossa pele, causamos um forte desequilíbrio das funções naturais orgânicas cutâneas, além de prejudicar muito a flora bacteriana natural que protege esse órgão.
 
Com esse desequilíbrio, muitos microrganismos bons e de defesa do nosso corpo são eliminados, deixando espaço para que os patogênicos possam se proliferar, aumentando muito os riscos de contaminações e infecções. Além disso, a ação de limpeza do sabão alcalino é tão forte que remove até mesmo nosso manto ácido, tão rico em lipídios e fatores naturais de hidratação, os principais responsáveis pela saúde, equilíbrio e maciez da nossa pele.
 
Dessa maneira, a pele se torna extremamente ressecada, favorecendo o aparecimento de rugas, sinais de envelhecimento e microfissuras que facilitam a entrada dos microrganismos prejudiciais, além de, sem proteção, estar mais vulnerável ao surgimento de alergias e irritações.
 
Dermatologistas, em geral, por conhecerem esses riscos, não costumam recomendar o uso de sabonetes comuns em barra para a limpeza da pele, ou caso não seja possível fugir a essa opção, pedem para reduzir a frequência de uso drasticamente, muitos, inclusive, recomendam o banho sem sabonete.

 

EXISTE ALGUM BENEFÍCIO NO USO DESSES SABONETES?

 
Uma das vantagens principais de um sabonete natural é a fato de a glicerina não ser removida de sua composição, o que normalmente não acontece com os sabonetes industriais. Além disso, também é costume a adição de óleos e manteigas extras para efeito emoliente. O alto teor de glicerina e de óleos livres no sabonete são capazes de reduzir sua agressividade à pele, evitando o ressecamento extremo e tornando a limpeza um pouco mais suave. Contudo, isso ainda não é o suficiente para se ter uma pele realmente mais saudável e bonita, já que tanto a glicerina quanto os óleos também são levados embora junto com a sujeira e água do enxágue, pois são sabões com poder de limpeza muito potente, embora ainda sejam opções melhores do que a grande maioria dos sabonetes industrializados.
 

E QUANTO AOS IMPACTOS AMBIENTAIS?

 
Outra vantagem, mas nesse caso, exclusivamente em relação aos sabonetes naturais de origem vegetal é a questão da sustentabilidade e da crueldade animal. Sabonetes compostos por ingredientes derivados de plantas, podem utilizar recurso de fontes renováveis, causando impacto ambiental consideravelmente menor em relação ao uso de compostos de origem animal, que possuem uma cadeia produtiva altamente poluente e devastadora aos ecossistemas florestais e aquáticos.
Ainda assim, isso não é uma regra, pois a extração vegetal exploratória pode ser tão prejudicial quanto a utilização de recursos animais ou sintéticos. Tomemos como exemplo o caso do óleo de palma, exaustivamente utilizado em todas as áreas de indústria, especialmente a de sabões e sabonetes, devido ao seu baixo custo e versatilidade. A extração de modo indevido da palma vem causando um profundo impacto ambiental, especialmente nas florestas da indonésia, devastando matas virgens e causando a morte em massa de animais como o orangotango e o tigre, impactando toda a cadeia alimentar, e assim, desbalanceando o ecossistema. 
 
Os prejuízos, porém, não ficam apenas no desmatamento, a industrialização e processamento de qualquer recurso natural, se não realizada com cuidado, também pode gerar resíduos contaminados, além de originar matérias-primas ricas em impurezas e de baixa qualidade.
 
Portanto, veja, que a palavra natural não é sempre sinônimo de saúde. Até porque, um sabonete desses, também não pode ser considerado 100% natural, já que necessita de um forte reagente químico sintético para que possa ser fabricado.
 
Recursos naturais vegetais são maravilhosos, mas tudo deve ser pensado com inteligência e sustentabilidade.
 

ENTÃO QUAIS SÃO OS REQUISITOS DESEJÁVEIS EM UM SABONETE?

 
Bem, sabemos que é praticamente impossível não utilizar algum produto para limpeza de nossa pele, especialmente aqui no Brasil, um país quente, úmido e que possui uma forte tradição em banhos. Poucas sensações são mais revigorantes do que a de um banho relaxante, perfumado e recém tomado após um dia cansativo.
 
Nesse caso, o importante é selecionar produtos que promovam limpeza bastante suave, com pH balanceado, agentes de limpeza mais delicados para que possam preservar a hidratação e a flora bacteriana naturais da pele, principais responsáveis pela proteção e manutenção da saúde e maciez cutâneas.
 
 
Foram com essas informações em mente que nós desenvolvemos nosso limpador facial. Porque queríamos fórmulas com limpeza efetiva, mas ao mesmo tempo bastante suave, incorporamos em um produto só, o mecanismo de dupla-limpeza, um delicioso gel-creme de limpeza micelar com esqualano da cana de açúcar, que derrete o sebo, a sujeira e os resíduos de poluição, enquanto delicados limpadores vegetais, removem o suor, os microrganismos perigosos e as impurezas, levando tudo embora junto com a água do enxágue.
Tudo isso sem agredir ou ressecar, preservando o manto ácido e o microbioma natural cutâneo, deixando ainda um suave filme hidratante para uma pele mais macia e saudável.
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1 comentário

Ola eu achei u curso muito bom para fazer sabonetes artesanais muito bom curso 👇
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Andre Luiz

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